Friday, March 24, 2006

De chorar

A Folha de S.Paulo de ontem traz a matéria “Machismo marca sabatina de Ellen Gracie”. A senhora em questão é ninguém menos que a mais nova presidente eleita do Supremo Tribunal Federal deste nosso Brasil varonil.

Foi escolhida para substituir o ministro Nelson Jobim. E na hora de homenageá-la em público o que fizeram seus coleguinhas? Elogiaram sua “beleza”, “charme” e “elegância”, como se tratasse de um concurso de miss.

Mais GNT

Eu nem assino TV a cabo, mas vou ter que dar um jeito de assistir à emissora esta noite. Isso porque o canal estréia, às 21h, o programa “Traga Seu Marido na Coleira”, em que uma tal de Annie Clayton aplica técnicas de adestramento de cães a homens. A conferir.

Tricô na TV

“Mulher é proibida de falar em público. O discurso é dos homens”, disse a filósofa Márcia Tiburi, uma das apresentadoras do programa Saia Justa, da GNT, em matéria do Jornal da Tarde. Confesso que vi este programa só uma vez e achei meio chato.

A única cena divertida de que me lembro foi protagonizada pela Rita Lee, que levantou o dedo médio e mandou uma telespectadora para aquele lugar porque esta tinha ficado horrorizada com alguma atitude dela. Foi hilário.

Há pouco tempo li que um dos integrantes do Casseta & Planeta tinha dito achar desnecessário um programa de TV em que mulheres ficam “tricotando” no ar só para provar que são seres pensantes. No primeiro momento, concordei. Ninguém agüenta assistir a um grupo de pessoas divagar sobre o nada.

Mas depois de ler o que disse Márcia Tiburi, voltei atrás. Já que o Saia Justa funciona como um espaço na TV para as mulheres defenderem suas idéias sobre assuntos variados, sejam elas quais forem, como acontece neste blog, eu passo para o lado do programa, mesmo que não seja do meu interesse.

Afinal, se homens podem se reunir em mesas-redondas na TV para debater sobre todos os lances de todos os jogos de futebol do fim de semana e comentam estas partidas como se isso fosse assunto de primeira ordem mundial, porque mulheres não podem se reunir para falar sobre as dificuldades do dia-a-dia? Vou até tentar assistir mais uma vez.

Tuesday, March 14, 2006

Português na ponta da língua

A Prefeitura de Curitiba tem um serviço de telegramática há 21 anos e eu acabo de descobrir lendo matéria do repórter Evandro Fadel no jornal Estadão.

O serviço tira dúvidas sobre português e só em 2005 recebeu 51.576 ligações.

As consultas podem ser feitas pelo telefone no (41) 3218-2425 ou pelo site Gramática Virtual.

Monday, March 13, 2006

Esperança

Neste final de semana, Michelle Bachelet foi a primeira mulher a assumir a presidência do Chile e já entrou dividindo os ministérios entre homens e mulheres.

Tomara que faça um bom governo e que inspire outros países da América Latina e do mundo a colocar líderes políticas no mais alto cargo do poder executivo de seus governos. Só as que merecerem, claro.

Nada de Glorias Arroyo e Rosinhas Garotinho, por favor.

Friday, March 10, 2006

Exemplos

Alento para momentos de pessimismo sobre o jornalismo: pelo menos 120 mulheres se destacaram na área em 2005.

Doze delas ganharam um troféu da revista Imprensa, numa pesquisa que recebeu setenta mil votos online. Merecem toda reverência.

O que eu espero de verdade é que elas recebam salários iguais aos dos colegas do sexo masculino e que tenham respostas bem-humoradas na ponta da língua para as piadas machistas dos invejosos de plantão. Vão precisar.

Thursday, March 09, 2006

Táticas de guerra

Há consenso entre duas brasileiras bem-sucedidas, a jornalista Miriam Leitão e Sabrina Sato. É preciso aliar-se ao “inimigo” – o homem, é claro – para evoluir na profissão. Ok. Minha dúvida: o trabalho da irreverente ex-Big Brother é mesmo uma aliança? Pra mim, parece uma simples submissão aos desejos deles.

A propósito, a revista Isto É Gente desta semana traz matéria sobre dez brasileiras super-poderosas. Algumas delas também usaram o corpão para progredir e outras não. Vale uma passada de olho.

E para completar, o Jornal da Globo apresenta esta semana um especial sobre turismo sexual. Logo na primeira reportagem, fiquei sabendo que o meu, o seu, o nosso corpo foi usado pela propaganda oficial da Embratur nos anos 80 para atrair estrangeiros ao país. Deu no que deu.

Eu, você, a sua irmã, a sua filha e a sua mãe podemos nos lixar para isso, mas a irmã, a mãe e a filha dos miseráveis do país estão pagando (ou melhor, se vendendo) por isso.

Aí, eu volto a questionar: devemos bater palmas às Sabrinas?